Lembro que no dia das gravações o céu estava totalmente fechado. Comentei que talvez isso atrapalhasse, mas o Marti só disse: “Mesmo assim vai ficar bonito.” E ele estava certo. A luz difusa trouxe uma suavidade que funcionou muito bem pra narrativa que queríamos construir.

O processo foi leve e espontâneo. Sem roteiro fechado ou cronograma engessado. O Marti já tem uma rotina sólida no campo e uma presença autêntica na frente da câmera, o que facilitou tudo. A gente só precisou acompanhar com atenção e capturar os momentos certos, sem forçar nada.

Cada cena ajudou a mostrar o contraste entre tradição e tecnologia: o cuidado diário com a terra, o uso das máquinas modernas e a conexão real com o trabalho no campo. Visualmente, optamos por uma linguagem simples, limpa e direta — deixando o ambiente falar por si.

Foi uma produção sem grandes estruturas, mas com muito conteúdo. Gravar na Suíça, com esse contexto e essa energia, me fez enxergar outras formas de produzir: respeitando mais o ritmo das coisas, ouvindo mais o ambiente e confiando no que está diante da lente.

No fim das contas, entregamos o que mais importa: um vídeo com alma, com verdade e com propósito.